segunda-feira, 11 de julho de 2011

Diários de Não-Motocicleta!



Viajante que se preze tem que fazer seu diário, anotações, impressões do que viu e ouviu nos locais por onde passou. Então vamos as minhas crônicas, claro, nada de extraordinário, que desperte atenção maior, como as de Luís Fernando Veríssimo ou as famosas Crônicas de Narnia, mas também tem sua valia.
A proposta da viagem era conhecer o Estado do Tocantins, mais especificamente a Vila Tocantins (situada próxima a divisa deste estado com o Pará) onde alguns parentes meus residem: primos, tio e tia.
Zarpei, digo, tomei rumo ao Tocantins no dia 08 de junho, pela tardinha. Fui junto com outro tio, embarcar no ônibus na cidade vizinha da nossa (mas já em terras Maranhenses), Timon que, segundo os gaiatos e piadistas, é uma extensão de minha Teresina-Pi.
Saímos por volta das 18:30 e dali em diante a longa viagem se estenderia até as 06:00 da manhã do dia seguinte, quando chegaríamos a cidade de Imperatriz-MA. Não que seja de relevância global, mas só pra situar, nessa noite o Vasco da Gama sagrou-se campeão da Copa do Brasil – nem sou vascaíno, diga-se de passagem!
De manhã em Imperatriz tomamos aquele velho cafezinho com um bolinho de goma, só para recarregar as baterias. Então fomos esperar um microônibus que nos levasse a Augustinópolis, esta, já no Tocantins. A chegada em Augustinópolis deu-se as 09:00, então mais um microônibus teríamos que pegar, desta vez iria até nosso destino final: A Vila Tocantins. Em Augustinópolis saboreei um dos pastéis mais recheados com queijo e carne que já vi e comi! E tudo ao custo de apenas 1 real!, este fato nos chocou tanto que não tivemos outra alternativa senão repetir a dose!
Finalmente chegamos à Vila, isso por volta do meio dia. A cidade, como qualquer outra de interior, mantêm o sossego e a calmaria. Estive na cidade por quase um mês, até sábado (02 de julho). Entre os fatos que marcaram a minha estada por lá, destaco (além das animadas partidas de futebol de salão na quadra aos domingos pela manhã) uma pescaria de um dia inteiro que fizemos num lago nas proximidades. Fomos os 3, eu e dois tios. Bem, como eu na água, ainda, sou um “peixe fora d’água” – não sei nadar, fiquei na beira e os dois foram lago a dentro numa canoa para fisgar peixes maiores.
Eles pegaram peixes de tamanho médio, eu, pescador de beira, peguei muitas piranhas e um Matrinchan!. O rango saiu meio de improviso, um tio tratou e salgou-os, eu fritei os peixes num óleo de coco (não confundir com azeite de coco) e o outro tio fez um arroz. Devorados com voracidade devido ao alto grau de fome, mas além de tudo o cardápio que se mostrou simples, estava com gosto primoroso!
Há! Falando em comida, por lá ainda se viam alguns frutos de Cupuaçu, mas o que estava em temporada era as laranjas e as, práticas de se degustar, tangerinas!
Os lagos tocantinenses são meio perigosos, pois neles habitam muitas enguias, “puraquê”- como chamam na localidade, peixes-elétricos - para uma mais clara compreensão. Todo cuidado é pouco, levar um choque já é uma má-aventurança ainda mais dentro d’água!
Viajar é muito bom, contudo bate aquela saudade. Eu já estava compreendendo na prática a “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, a saber “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. E é isso ai, estou de volta a QuenteCap.
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