segunda-feira, 18 de julho de 2011

Murchos Brazucas

Charge de Duke
Paraguai 2X0 Brasil, isso nos penalts.
É, é isso mesmo, nossos jogadores desperdiçaram nada mais nada menos que todas as quatro cobranças que executaram...
Diante disso só posso brincar...e pergunto: Qual o erro na frase "O brasileiro não sabe perder"? é simples: pq o brasileiro sabe perder, inclusive 4 pênalts...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vida Cultural


A luta política, nunca arrefecida, fez proliferar em Teresina o jornalismo.
Não havia na imprensa neutralidade política: escrevia-se a favor do governo ou contra ele. As descomposturas eram pesadas. Tal como hoje, não se respeitava autoridade.
Vejamos uma pequenina amostra de como eram os ataques pessoais na imprensa daqueles tempos. O “Propagador”, de 20 de novembro de 1858, traz o seguinte anúncio em negrito: Vende-se, por não se poder mais suportar, um negro velho de 50 a 60 anos, ainda robusto, alto, magro e algum tanto corcunda, pachola e cortês, com poucos mas sensíveis sinais de relho, que bem pode servir para cozinha, ou para tratar de cavalos, ou mesmo de quinta; advertindo-se, porém, que é bastante manhoso e que é vil e laça aquilo que pode...Quem o quiser contratar dirija-se a canavieiras, onde se poderá entender com seu próprio senhor”. Acontece, porém, que o vilaça de que fala o anúncio era nada mais nada menos que o Dr. Antônio Gomes Vilaça, Chefe de Polícia da Província naqueles dias...
Apareciam vez por outra na imprensa colaborações de interesse geral e até belíssimas páginas de real valor literário. Houve mesmo um louvável esforço de fixação de aspectos de nossa história. A Miguel Borges Leal Castelo Branco, por exemplo, deve-se uma série de artigos, verdadeiras biografias de piauienses ilustres, que muito auxiliarão os estudiosos de hoje na reconstituição histórica do passado. Merece especial menção a contribuição literária, variada e rica, de Clodoaldo Freitas à imprensa daquele tempo.
É quase inacreditável o número e variedade de jornais que se editaram na cidade naquela época, quando a arte tipográfica ainda não oferecia as facilidades de que hoje desfrutamos. Citemos os nomes de alguns paladinos da imprensa teresinense: Ordem, Propagador, Expectador, Liga e Progresso, Imprensa, Amigo do Povo, Semanário, Lábaro, Telefone, Época, Reforma, Revista Mensal, O Piauiense, O Operário, Luta, Tribuna, Falange, Trabalho, Estado do Piauí, Democracia, Gazeta do Comércio, primavera, Piauí, Legalidade, O Diário, O Telegrafista, Incentivo, União Postal, O Popular, Tribuna Operária, Murmúrio (2 números), Revista Piauiense, Estafeta, Notícia, República, O Povo, Bispado do Piauí. Sem contar jornaizinhos de estudantes.
Até 1882 não encontramos referências que nos possam assegurar da existência, em Teresina, de conjuntos musicais que se dedicassem ao canto orfeônico e à música instrumental. Parece que só se cultivava esta última nos quartéis e na escola dos Educandos. Um ou outro professor de música, às vezes, anunciava na imprensa que ensinaria em domicílio determinados instrumentos. Em 1866, Teresina recebeu a visita de um pianista alemão, o Sr.G.Helmold. Ele deu um concerto a uma sociedade escolhida, no salão nobre do sobrado do Sr.Dr.Almendra, no largo da Matriz, em noite de 17 de novembro daquele ano. Mas a assistência, apesar de escolhida, não agüentou o clássico e o pobre pianista teve que encerrar a récita tocando polcas, valsas e quadrilhas para que o seleto auditório dançasse uns pulados.
Conferências públicas eram coisa rara. Em 1866 a Câmara Municipal contratou o jornalista Davi Moreira Caldas para fazer uma série de conferências explicando ao povo o novo sistema métrico adotado pelo governo. Durante três meses, uma vez por semana, o jornalista pronunciou suas palestras, no salão da Câmara, a um número de assistentes cada vez mais reduzido a partir da segunda. E o orador era um espírito brilhante, que entendia do ofício. A primeira conferência pública estritamente literária que se pronunciou em Teresina foi a do Dr. Eugênio Teles da Silveira. Teve lugar a 20 de maio de 1877 e versou sobre o tema: “A mulher, seus direitos e seu destino social”. Durou uma hora e dez minutos e foi ouvida por mais de 300 pessoas. Apesar do brilhantismo com que se houve na primeira, o Dr.Silveira não conseguiu mais interessar o público nas demais conferências que ainda pronunciou na cidade.
Em fins de 1879 apareceu em Teresina o “Almanaque Piauiense”, para o ano de 1880. Foi impresso sob orientação de Miguel Borges; apresentava 300 páginas de texto, com leitura variada e interessante e farto material informativo; era vendido a 1$000 o exemplar na Livraria Econômica. Esta publicação subsistiu ainda durante alguns anos, mas não sobreviveu ao seu benemérito fundador.
Em 1874 foi fundada uma biblioteca pública, a “Biblioteca Popular”. Andou por seca e meca, ora instalada em dependência de um prédio público, ora noutra, até que se perdeu inteiramente por falta de quem zelasse por ela.
A partir de 1882 a situação cultural da cidade melhorou muito.
Além dos já existentes, foram fundados bons colégios para instruir e educar a mocidade, merecendo especial menção o Instituto de Karnak, o Colégio S.Vicente de Paula, o Colégio Nossa Senhora das Dores, o Colégio Nossa Senhora do Carmo, o Externato Santo Antônio, o Colégio São Luís, o Colégio Nossa Senhora da Soledade.
Em 1890 organizou-se na capital a “Lira Teresinense”, sociedade musical que dispunha de excelente orquestra. Era dirigida pelos jovens Agapito Alves de Barros, Leôncio Pereira de Araújo e Barnabé Pereira de Araújo. Dava concertos que eram mui apreciados, competindo com as bandas militares.
O gosto da boa música foi-se apurando de tal maneira que já em 1896 se podiam apresentar ao público concertos musicais escolhidos, como aquele que foi executado no “4 de Setembro” em noite de 2 de junho, e que constou de:
“1ª parte:
1) Belini – Norma –quinteto.
2) Carlos Gomes – II Guarany – para piano – por Mme.Maria José de Magalhães.
3) G.Burgmein – Tramway – para piano a 4 – por MIIe.Clotilde e Cristina Paz.
4) F. Camponesa – Non Posso vivere – arecta para canto com acompanhamento de piano – por MIIe.Adélia Paz e Mme.Magalhães.
5) Joaquim Chaves - Meus sonhos – dueto de flauta com acompanhamento de piano e violão, pelos jovens Américo Celestino, Tersandro Paz e alferes Vila-Nova.
6) G.Papini – Delirio Del cuore -  romanza para canto com acompanhamento de violino – por Mme. Magalhães, MIIe. Clotilde Paz e Artur Pereira.
2ª parte:
1) Pinsultt – Libro Santo –quinteto para todos concertantes.
2) C.Galos – Noturno para piano – por MIIe. Clotilde Paz.
3) Schubert -  Serenata – para canto com acompanhamento de piano – por Artur Pedreira e Mme.Maria José Magalhães.
4) F.Mule – Lacaceia – para piano a 4 – por Mme. Magalhães e MIIe. Clotilde Paz.
5) Braga – Serenata – para canto com acompanhamento de piano e violino – por Mme.Magalhães, MIIe.Clotilde Paz e Joaquim Chavez.
6) Flatw – Marta – dueto de violino e piano – por Artur Pereira e Mme.Magalhães”.
Também se apurou o gosto das letras e o respeito popular aos cultores das mesmas. A recepção que o povo de Teresina ofereceu a Coelho Neto em 1899 foi uma consagração e uma apoteose. Nunca ninguém antes dele tivera da cidade uma acolhida tão espontânea e entusiástica.
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Fonte: CHAVES, Joaquim Raimundo Ferreira. Teresina, subsídios para a história do Piauí. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1994. p. 59-62.
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Monsenhor Chaves produz textos fáceis de se gostar, com relação a Teresina traz uma relevante contribuição histórica. Vez por outra postarei textos dele aqui.

Diários de Não-Motocicleta!



Viajante que se preze tem que fazer seu diário, anotações, impressões do que viu e ouviu nos locais por onde passou. Então vamos as minhas crônicas, claro, nada de extraordinário, que desperte atenção maior, como as de Luís Fernando Veríssimo ou as famosas Crônicas de Narnia, mas também tem sua valia.
A proposta da viagem era conhecer o Estado do Tocantins, mais especificamente a Vila Tocantins (situada próxima a divisa deste estado com o Pará) onde alguns parentes meus residem: primos, tio e tia.
Zarpei, digo, tomei rumo ao Tocantins no dia 08 de junho, pela tardinha. Fui junto com outro tio, embarcar no ônibus na cidade vizinha da nossa (mas já em terras Maranhenses), Timon que, segundo os gaiatos e piadistas, é uma extensão de minha Teresina-Pi.
Saímos por volta das 18:30 e dali em diante a longa viagem se estenderia até as 06:00 da manhã do dia seguinte, quando chegaríamos a cidade de Imperatriz-MA. Não que seja de relevância global, mas só pra situar, nessa noite o Vasco da Gama sagrou-se campeão da Copa do Brasil – nem sou vascaíno, diga-se de passagem!
De manhã em Imperatriz tomamos aquele velho cafezinho com um bolinho de goma, só para recarregar as baterias. Então fomos esperar um microônibus que nos levasse a Augustinópolis, esta, já no Tocantins. A chegada em Augustinópolis deu-se as 09:00, então mais um microônibus teríamos que pegar, desta vez iria até nosso destino final: A Vila Tocantins. Em Augustinópolis saboreei um dos pastéis mais recheados com queijo e carne que já vi e comi! E tudo ao custo de apenas 1 real!, este fato nos chocou tanto que não tivemos outra alternativa senão repetir a dose!
Finalmente chegamos à Vila, isso por volta do meio dia. A cidade, como qualquer outra de interior, mantêm o sossego e a calmaria. Estive na cidade por quase um mês, até sábado (02 de julho). Entre os fatos que marcaram a minha estada por lá, destaco (além das animadas partidas de futebol de salão na quadra aos domingos pela manhã) uma pescaria de um dia inteiro que fizemos num lago nas proximidades. Fomos os 3, eu e dois tios. Bem, como eu na água, ainda, sou um “peixe fora d’água” – não sei nadar, fiquei na beira e os dois foram lago a dentro numa canoa para fisgar peixes maiores.
Eles pegaram peixes de tamanho médio, eu, pescador de beira, peguei muitas piranhas e um Matrinchan!. O rango saiu meio de improviso, um tio tratou e salgou-os, eu fritei os peixes num óleo de coco (não confundir com azeite de coco) e o outro tio fez um arroz. Devorados com voracidade devido ao alto grau de fome, mas além de tudo o cardápio que se mostrou simples, estava com gosto primoroso!
Há! Falando em comida, por lá ainda se viam alguns frutos de Cupuaçu, mas o que estava em temporada era as laranjas e as, práticas de se degustar, tangerinas!
Os lagos tocantinenses são meio perigosos, pois neles habitam muitas enguias, “puraquê”- como chamam na localidade, peixes-elétricos - para uma mais clara compreensão. Todo cuidado é pouco, levar um choque já é uma má-aventurança ainda mais dentro d’água!
Viajar é muito bom, contudo bate aquela saudade. Eu já estava compreendendo na prática a “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, a saber “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. E é isso ai, estou de volta a QuenteCap.
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gleistoned@hotmail.com