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Título da Monografia: O HUMOR EM TERESINA, ATRAVÉS DAS CHARGES, DOS ANOS 70 AOS DIAS ATUAIS (SANTOS, Gleison Gomes de Sousa, UESPI, 2010).
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INTRODUÇÃO
O humor está presente em nossas vidas desde que éramos crianças, com as brincadeiras, os desenhos animados, revistas em quadrinhos. No que tange a questão do humor gráfico é ainda mais forte e, parece haver mesmo muita sabedoria na frase “uma imagem fala mais que mil palavras”, ainda mais quando não se sabe ler, é valer-se da imagem para decodificar a mensagem.
Falo deste
período da vida, porque geralmente é por aí que o interesse brota para nunca
mais ir embora. Peço licença e cito meu caso em especial. Lembro-me de algumas
revistas em quadrinhos, Tio patinhas, Mickey, Pato Donald, enfim, como o
pontapé inicial. Depois daí, apesar de não ter sido um ávido leitor consumidor
dos quadrinhos e da arte gráfica em geral, mas sempre cultivando o interesse
pelo humor.
Cursando as
séries do ensino fundamental (5ª, 6ª, 7ª séries) nos vêm o contato com a
charge, a tira, que são desenhos mais carregados de intencionalidade, de
transmissão de mensagens, mais politizados, publicados nos livros didáticos,
geralmente os de história e geografia.
Certa feita,
de passagem nos corredores da Universidade, escutei de relance algo sobre “uma
história do humor”, que me fez refletir mais ainda, pois antes disso já pensara
de uma possível existência de tal ramo de pesquisa, mas não passou do campo das
ideias.
Até que, em
fins de 2008, na ocasião da realização da X Semana de história, ao folhear um
panfleto do evento que continha a programação, me deparo com um mini-curso
intitulado “História do Humor no Brasil dos anos 60 a 80” (que por sinal ministrado
por Sérgio Brandim, que futuramente seria orientador da pesquisa), e aí estava
uma chance de conhecer os meandros da produção humorística e da produção
acadêmica.
E ocorreu o
mini-curso. Em certo momento, lembro-me de perguntar a Sérgio, após boa
exposição teórica e da produção a nível nacional, a respeito da existência de
algum foco de produção local, no Piauí, ele pensou um pouco e respondeu que
conhecia o trabalho do Jota A, que este produzia um bom desenho. Tempo depois
constatei a qualidade da obra desse cartunista e uma lacuna no que se refere a
pesquisas sobre o desenho de humor na cidade.
A tarefa
seria difícil, mas aceitei o ônus e, no período seguinte (o 5º), elaborei o
projeto com a proposta de pesquisar sobre o humor gráfico teresinense. Inicialmente,
como desconhecia a produção e os produtores do desenho de humor na cidade,
propus um recorte de três décadas, 1980 a 2010, e assim toquei a pesquisa.
Contudo algum tempo depois fui descobrir que os “começos” dessa produção
remetem a uma década anterior, o que nos fez “aquarentar” o recorte, para 1970
- 2010. Além de possibilitar, o seu estudo em dois períodos da história
brasileira, a
ditadura e a democracia. Portanto, o gosto pelo tema agregado as idéias vinda
de estudos mais recentes no campo da história cultural, que tem considerado o
humor como chave
para o
entendimento de códigos culturais e das percepções do passado, nos fez rumar a
esta pesquisa.
Assim, o
objeto de estudo foi abordado e alocado em três capítulos. O primeiro deles, “A
charge em Teresina: das primeiras experiências a 27 Salões de Humor”, traz uma
história da charge na cidade, sugerindo certa cronologia de eventos, mostrando
quais foram os chargistas, os jornais que publicavam os desenhos de humor,
eventos e atitudes em relação ao humor gráfico, além de temas recorrentes nos
desenhos.
O segundo
capítulo “A charge e o período ditatorial em Teresina” faz-se um levantamento
dos acontecimentos do período da ditadura no Brasil, mas com olhar especial
para Teresina, num primeiro momento valendo-se do personagem da vida real
Jesualdo Cavalcanti, para mostrar como se articulou e desenrolou a ditadura até
início da década de 70 e, a partir daí, o segundo momento mostrar como os chargistas
participaram desse momento histórico e suas atitudes frente à repressão.
No terceiro
capítulo “Jota A: peripécias de um cartunista em Teresina (1988-2010) mostramos
como a charge se manifestou no período democrático e, desta vez, diferente do
capítulo anterior onde são usadas várias perspectivas, por vários chargistas,
focamos a análise na produção de um único chargista, José Antônio Costa (Jota
A).
Acreditamos
que a charge, assim como as pinturas rupestres que os arqueólogos há algum
tempo perceberam como grande fonte de informação acerca da vivência dos povos
antigos, deve ser encarada como valiosa, não deve ser desprezada, afinal a
charge é, como poucas outras fontes, “divertida e séria” ao mesmo tempo.
No que diz
respeito às fontes utilizadas, nos valemos de grande acervo de desenhos de
humor presentes nos jornais da capital, (O DIA, O ESTADO, JORNAL DA MANHÃ, O
PIRRALHO, A TRIBUNA, MEIO NORTE, DIÁRIO DO POVO, dentre outros) alocados na
Casa Anísio Brito (Arquivo público do Piauí), e a felicidade de poder
entrevistar e conversar com os chargistas, pois como alguns deles dizem “entre
mortos e feridos, todos escapamos com vida”, e no caso escaparam e pode contar
seus feitos.
É deveras
árdua e estressante a tarefa de remexer nos arquivos a procura dos dados e
informações, mas em nosso caso, esta incumbência foi amenizada cada vez que
encontrávamos um desenho engraçado, que nos aliviava a mente e impulsionava a
prosseguir. E a conversa com os chargistas nos forneceu informações de grande
valia, nos passando a vivência e experiência de quem foi protagonista.
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Link para Donwload do Trabalho:
https://drive.google.com/file/d/10QUHDT1zZRcWjiBjt4SszP_MBZlpKyqx/view
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